Um dos problemas clássicos e, talvez, o mais fundamental no tratamento
de imagem é, sem dúvida, o da remoção do ruído. Ele constitui, muitas
vezes, o primeiro passo de um algoritmo mais vasto onde também se
considera a segmentação de imagem, a detecção ou o reconhecimento de
forma.
Numa sociedade onde os meios audio-visuais assumem um
protagonismo crescente, o estudo deste problema tem atraído muitos
investigadores, com competências diversas. Uma das áreas de aplicação
mais relevante é a da imagiologia médica. Modalidades como a ressonância
magnética e a tomografia computorizada permitem obter imagens do corpo
de um paciente de forma não invasiva com grande exactidão que constituem
o ponto de partida para o estabelecimento de diagnósticos e terapias. O
longo tempo de execução de muitos desses exames, e a técnica usada na
obtenção das imagens, torna inevitável a presença de ruído. Há, pois,
necessidade de eliminar o ruído das imagens preservando a informação
anatómica e funcional relevante se quer analisar.
Esta
apresentação começa por fazer um percurso pelos algoritmos clássicos da
remoção do ruído em imagens, dando especial ênfase às questões
matemáticas envolvidas. Avança, posteriormente, para aspectos de
investigação mais actual e termina com alguns exemplos numéricos obtidos
no contexto de uma colaboração inter-disciplinar com o Instituto
Biomédico de Investigação em Luz e Imagem (IBILI), um centro de
investigação da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra. |