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A actualidade de Alan Turing  
A actualidade de Alan Turing
April 18, 2012
Luís Moniz Pereira (Universidade Nova de Lisboa)
 
Abstract: A actualidade de Alan Turing advém da intemporalidade dos tópicos que abordou e da perspectiva inovadora que adoptou sobre eles.
Turing determinou os limites algorítmicos da computabilidade quando definida por um mecanismo. Na verdade é essa a sua originalidade, que tanto impressionou Gõdel, dada a simplicidade do mecanismo, a que chamamos hoje Máquina de Turing.
Introduziu a perspectiva do Funcionalismo, mostrando que o que conta são a realização de funções, independentemente do hardware (terráqueo ou extra-terráqueo), e provou que toda a computação pode ser realizada por meio de um mecanismo o mais simples possível; uma fita ou rolo sem fim de papel aos quadrados (e.g. o higiénico) combinado com um autómato finito (e.g. a máquina MultiBanco). Além da sua simplicidade física, mostrou a sua generalidade universal: ou seja, a capacidade mimética ilimitada dessas máquinas conceptuais, capazes de imitar qualquer outra, e apenas baseadas na manipulação de símbolos (digitais como os dedos de uma mão), manipulação também ela expressa apenas por símbolos, e por isso mesmo imitável.
Não se inventou até hoje um processo computacional mecanizável geral que não fosse expressável nesses termos, com arbitrária aproximação. Mesmo quem se reclama de redes neuronais, e sabe-se lá que mais, simula em computador digital esses processos!
Haverá limites à Computação, é a pergunta. Como se houvesse algo para além dela, quando os físicos descobrem que o universo afinal pode bem ser digital (o tempo também é quântico) e está em expansão julga-se que irreversível a fita da máquina de Turing pode sim ter tamanho ilimitado! E os biólogos descobrem que a vida é computação!
A essência de Turing é o funcionalismo universal, e este não se vai embora, É o fantasma da máquina que ainda nos acompanha no século XXI, e nos acompanhará, felizmente, per omnia seculorum. A sua consequência epistemológica é uma relação simbiótica de evolução conjunta do homem e da máquina, porque ambos feitos duma mesma funcionalidade teórica!
Será a "Ciência da Computação" uma Ciência, tomando como requisito de ser ciência de que possa ser testada pela realidade? Por uma tal definição a Matemática não é ciência já que a realidade não serve para a falsificar. Será a Computer Science uma ciência no sentido atrás suposto? Como responderia Turing?
Responderia que...
 
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